Sobre o monte vem subindo lentamente e cambaleante
um pensamento confuso.
Indefinido e desajeitado caminha perseverante
de encontro à nuvens densas.
Uma pausa e tudo é neblina,
mas assim prossegue o pensamento solitário.
Está sozinho pois seus companheiros,
igualmente vagarosos e atordoados,
Seguem-no a uma distância razoável.
Espaçados eles persistem tentando povoar a atenção
de um cérebro que custa a funcionar pela manhã.
Zum - passa correndo
um pensamento alvoroçado.
Zum, Zum, Zum - logo o alcançam
três companheiros ainda mais afobados.
E eles continuam vindo
pelas colinas e montanhas,
Fazendo curvas tortuosas
sem nunca apertar o freio.
Quase colidem dois deles
quando querem ambos chegar em primeiro.
O ar é limpo e o dia ensolarado,
mas como pode ainda pela manhã
o cérebro semi-acordado
captar pensamentos tão apressados?
Os dois cérebros então se encontram,
um nublado e o outro ensolarado,
os vagarosos e os afobados.
Quando um fala,
esperando sempre chegar aquele danado atrasado,
o outro esquece quantos já passaram "voados"!