segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Idugo e a Fidelidade de Deus

Há 6 anos atrás, fui com uma equipe prá uma vila chamada Pebane, no litoral da província de Zambézia, onde vive o povo Muniga. Passamos 3 semanas acampados numa igreja em construção, ajudando um jovem pastor e vários outros jovens que tinham passado pela escola bíblica em Inhaminga. Foi um dos lugares mais difíceis que visitamos naquela época, pois foi nosso primeiro contato com regiões muçulmanas em Moçambique.
Enquanto estávamos lá, ouvimos sobre uma ilha perto da costa chamada Idugo. Nos contavam que nessa ilha não existia sequer um cristão e que muitas pessoas viviam ali sem nunca terem ouvido o nome de Jesus. A cada conversa que tínhamos sobre a ilha, mais interessados ficávamos em visitá-la. Por fim marcamos dois dias para pelo menos conhecer a situação real da ilha.

A viagem foi longa e difícil, pois a maré estava baixa quando chegamos de barco e tivemos que andar 5 horas com todas as coisas até o lado povoado da ilha. No caminho encontramos uma senhora que nos disse haver uma pequena congregação católica ali e gentilmente nos acompanhou até a casa do líder.
Esse líder nos recebeu imediatamente com muita hospitalidade, sem nada perguntar depois de ouvir que éramos cristãos. Serviram-nos água para tomar banho, uma refeição e só então ele começou a nos perguntar de onde viemos, quem éramos e o que queríamos fazer ali.


Conforme conversávamos com ele, pessoas juntavam-se ao nosso redor e em breve tínhamos uma platéia de pelo menos umas cem pessoas ouvindo. Pregamos o evangelho, contamos nossos testemunhos e eles nos fizeram muitas perguntas.

A noite, após o jantar todos voltaram novamente com mais perguntas. Nós estávamos exaustos depois da longa caminhada da manhã e nos revezávamos dormindo e conversando com o povo (enquanto uns conversavam, outros dormiam hehe)! Na manhã seguinte, muito cedo voltamos para Pebane, mas certamente deixamos um pedaço de nossos corações ali.

Depois dessa viagem passei dois anos no Brasil e, mesmo depois de voltar para Moçambique em 2007, nunca mais tive a oportunidade de chegar a essa ilha. Mesmo assim, nunca me esqueci deles. Sempre orei para que Deus enviasse alguém para pregar para eles.

Na verdade, enquanto estava no Brasil em 2005 e 2006, decidindo se voltaria a Moçambique ou não, a ilha de Idugo estava constantemente em minha mente e a memória daquele lugar foi um dos fatores determinantes para meu retorno. Lembrar que em Moçambique existem inúmeros lugares como aqueles, de pessoas que nunca ouviram o evangelho explicado para eles, lugares de difícil acesso e extrema necessidade em todas as áreas.

Há uns dois anos ouvi que um casal de jovens moçambicanos cristãos havia sido enviado para viver nessa ilha para através de suas vidas brilhar a luz de Jesus para aquele povo. Eu não tinha mais informações e não sabia se eles ainda estavam lá. Hoje vi esses vídeos:

http://www.youtube.com/watch?v=ZhYv7oJFS5k

http://www.youtube.com/watch?v=2LWUc7as758

e assisti um outro vídeo que não está no youtube, mas fala sobre a visita de outros brasileiros para encorajar esse casal e inaugurar poços de água ali.

Como Deus é fiel! Muitas vezes as necessidades são muito maiores do que nossa capacidade... ainda assim, Deus nos chama para orar, orar, clamar, falar da necessidade para outros que possam ser tocados e orar ainda mais...
Algumas vezes Deus nos permite ser a resposta da nossa própria oração! Outras, Ele levanta outros para suprir as necessidades, mas nos permite ver o nosso sonho realizado por outras mãos e pés! Ainda outras, nunca ouviremos sobre o resultado de nossa oração!
Mas independentemente do que aconteça... quero continuar orando, clamando, falando e obedecendo a Deus a cada passo... porque os resultados são eternos!

Continuo orando para que Deus desça com avivamento sobre a ilha de Idugo. Que eu saiba, ninguém ainda entregou sua vida para Jesus, mas eu creio que uma grande colheita está por vir naquele lugar! E quero fazer parte daqueles que gerarão isso, seja só por oração ou por ações guiadas pelo Espírito!