sexta-feira, 22 de junho de 2007

RAHCIM

Rahcim é uma comunidade pesqueira do outro lado da bahia que se estende à frente da nossa escola.

De casa conseguimos avistá-los ao longe e esse mês tivemos a oportunidade de visitá-los com a equipe americana do CFNI. A viagem leva cerca de 30 minutos num barco a vela, muito semelhante àqueles usados por Jesus, eu imagino.

Ali vivem cerca de 70 famílias numa pequena península isolada do restante da população por água ou pela grande distância por terra da vila vizinha. Há várias mesquitas, mas nenhuma igreja. Há muitos corações desejosos de seguir a Jesus, sobre quem ouviram falar pela primeira vez através dos embaixadores durante a semana que passaram lá há alguns meses. Muitos vivem cheios de vícios, outros atemorizados por espíritos maus que os líderes da mesquita tentam em vão apaziguar com rituais tradicionais. A estrutura familiar parece ser forte e as crianças são obedientes e até bem cuidadas, longe da influência da cidade e dos efeitos da civilização. Roubos ou crimes do tipo são raridades ali, já que todos são conhecidos e o sistema de governo é bem estabelecido com líderes gerais e líderes de área.

A partir da primeira casa que visitamos podíamos notar a sede na população. Todos os vizinhos se reuniam onde estávamos e quando terminávamos de falar da Palavra olhávamos ao redor e mais de 30 pessoas estavam ouvindo atentamente cada palavra, que passava do inglês, pelo português, até o makua (dialeto local).

Quando no final perguntávamos quem acreditava no que tínhamos falado e queria receber essa nova vida em Cristo, TODOS diziam que sim, crianças e adultos. Isso é muito raro em meio a comunidades muçulmanas e procurávamos ver se realmente tinham entendido o que havíamos falado, mas todos estavam muito desejosos de receber aquilo que lhes apresentávamos. Não conseguíamos visitar muitas casas por dia, pois levávamos de 1h30 há 2h em cada uma. Era uma mini-cruzada em cada lugar; apresentávamos o evangelho, alguns contavam seus testemunhos, eles faziam perguntas, orávamos pelos enfermos e muitos confessavam Jesus.


Alguns da equipe americana levavam as crianças mais agitadas para uma sombra por perto e brincavam com elas evitando distrações e também demonstrando o amor de Jesus pelos pequeninos, apesar da barreira na língua.

Por duas noites mostramos o filme de Jesus e praticamente toda a vila compareceu para assistir a história de Jesus. Olhos bem abertos e rostos espantados enquanto viam satanás (figurado no filme por uma cobra) tentava Jesus no deserto e enquanto Jesus sofria na crucificação. Palmas e sorrisos quando Jesus ressuscitou a filha de Jairo, curou o cego Bartolomeu e especialmente quando Ele próprio ressuscitou dos mortos. Amo ver as reações de lugares onde o filme é mostrado pela primeira vez; as reações de todos são quase unânimes.

Na última tarde convidamos todos os que tinham recebido Jesus durante nosso tempo ali para termos uma reunião embaixo de algumas grandes mangueiras do lado do acampamento. A maior preocupação deles era: os muçulmanos têm uma casa onde adorar (as mesquitas), mas os cristãos não têm; o que podemos fazer? Tivemos um tempo muito bom de ensino sobre algumas bases da fé cristã, que para a maioria era uma grande novidade. Falamos sobre louvor e adoração, oração, a Bíblia e por fim, o que é a igreja e como eles podem começar a se reunir nas suas próprias casas, compartilhando a nova vida em Cristo e adorando a Deus juntos.

Os Embaixadores voltarão para passar um mês ali em breve, levando Bíblias para aqueles que sabem ler, ensinando-os a caminhar seus primeiros passos com Cristo e buscando entre eles um líder em potencial, que possa vir estudar na escola e depois voltar para ensinar mais para as pessoas tão sedentas dali. Também planejamos voltar esse mês para ensinar sobre o batismo nas águas e batizar aqueles que estiverem prontos.

Mais uma vez o Senhor me surpreendeu com os campos brancos tão prontos para a ceara, clamando por trabalhadores dispostos. Uma senhora nos seguiu até uma casa que visitávamos e pediu para tirarmos dela o espírito mal que a atormentava há muito tempo. Compartilhamos a mensagem da salvação com ela e sua família, o poder de Deus sobre os demônios e enquanto ela renunciava toda ligação com as trevas e colocava sua fé em Jesus, era nítida a mudança no seu rosto. Quando terminamos de orar por ela, em uma demonstração tão linda de sua liberdade, ela abriu um grande sorriso, seus olhos estavam limpos e vivos e, batendo palmas, cantou conosco. Foi muito precioso ver a mudança nela, como se um peso tivesse sido tirado de suas costas e um novo dia raiasse. Ao ouvir disso um dos líderes nos chamou para também orar por sua filha. Ela decidiu tirar todas as coisas de curandeirismo do seu corpo e do seu bebê. As duas mulheres vieram para nossa reunião embaixo das mangueiras e espero acompanhá-las nas próximas vezes que voltar ali.

Por favor, esteja orando por Rahcim, para que uma igreja forte e bem estabelecida nasça ali e que Deus levante líderes para serem treinados e para pastorearem as pessoas que vão recebendo a mensagem!

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