Queridos amigos,
Quero escrever sobre o encontro de jovens que tivemos aqui em Inhaminga no último final de semana e algumas coisinhas a mais.
Deus tem despertado muito forte dentro de mim o chamado para ministrar aos jovens, focalizar mais neles, desenvolver novos projetos e planos para eles. Ele tem restaurado a visão do exército sem face dos últimos dias, os amigos do noivo que vão preparar (e já começaram a preparar) o caminho para a volta triunfante de Jesus. Não sei se é porque o treinamento de professores tem me liberado do trabalho na escola, ou se é por passar tempo com a Simona (q tb tem um fogo dentro dela por essa geração), se é pelo q senti em Israel, ou se o conjunto de todos esses fatores unido a algo que Deus está me chamando para fazer.
Só sei que o resultado é um peso, um clamor muito forte por essa geração. Não mais um grupo de jovens no Brasil, ou os jovens de Moçambique, mas um clamor por essa geração em todo mundo. Quase ouço com meus ouvidos naturais o tocar da trombeta convocando-nos e nem os desapontamentos e frustrações com a realidade que constantemente nos cerca e se apresenta a nós através das falhas humanas podem fazer-me acreditar que esse toque da trombeta não é real e que Deus não está agindo.
Desde novembro tenho viajado com a Simona e alguns jovens moçambicanos em encontros de jovens. Os três que aconteceram em Magiga, Macomia e Nampula, no norte, foram bons mas ainda num nível inicial, um pouco básico. Nossas expectativas estavam altas para esse último final de semana. Seria o primeiro encontro de jovens mais maduros, ou pelo menos discipulados, que conhecem a Palavra e têm recebido atenção intensa há mais de quatro anos. Nesses últimos dois anos, Leidy, Diogo e Jeosafá investiram muito na vida deles. Nesse último ano Jansen uniu-se a eles e à Simona que foi quem começou o trabalho intensivo. E foi desses anos de trabalho que surgiu em nós o sonho de um encontro diferente dos outros. Nem chamamos mais de conferência, pois encontro tem uma conotação diferente. Chamamos de Encontro dos soldados da linha de frente, Preparando soldados para as últimas batalhas, Marcas de um soldado de linha de frente, Levando Deus a Sério... vários nomes para tentar expressar todas as nossas expectativas para esses dias.
Da equipe, só Simona, eu e Patrícia estávamos mais envolvidas em carregar o encontro. Agostinho e outros evangelistas ajudaram, mas mesmo eles não tinham idéia do tamanho das nossas expectativas. Eles faziam parte do nosso alvo, ainda não carregavam nossa visão. O tempo de preparação foi muito difícil. Muitas idéias e poucas mãos para colocar em prática. Eu e Simona trabalhamos todos os dias daquela semana de muito cedo até a noite, às vezes mal parando para comer e lutando com eletrônicos (impressora desobidiente), o calor e especialmente o tempo para terminar tudo. A esperança de ter ajuda de um grupo que viria de Zimbabwe foi frustrada qdo negaram a saída de um deles na fronteira e a equipe cancelou a viagem. E lá fomos nós fazer tudo o que esperávamos que eles fariam. Como sentimos falta dos nossos companheiros!
Jansen, onde vc estava para nos ajudar com a corrida de obstáculos!
Leidy e Diogo, onde vcs estavam para ajudar os jovens coordenar o louvor e as danças?
Jeosafáaaaaaaaaaaaaaaaa, onde vc estava qdo fizemos caderninhos para cada um e passamos toooooodo dia lutando para imprimi-los? E os crachás?
Daena onde vc estava com sua criatividade para fazer as lembrancinhas e a decoração?
Dora, onde vc estava para pensar em tudo o que esquecemos e levar o peso da intercessão?
Eu sei onde vcs estavam! Onde deveriam estar! Mas ó, como sentimos falta de vcs! Eu e Simona nos desdobramos em 10!
Mas graças a Deus, com muitas mãozinhas aqui e ali tudo ficou pronto a tempo!
Mas a dificuldade na preparação não era só física. Durante as semanas anteriores, foi como se os sepulcros fossem abertos e toda podridão e sujeira escondidas foram reveladas! Pecados escondidos vieram a luz, jovens vinham conversar com a Simona quase todos os dias com um problema ou outro. Alguns deles bem sérios!
Ataques vinham à nossa mente... como podemos considerar esses soldados de linha de frente se aquelas coisas que considerávamos vencidas ainda parecem tão vivas quanto há um ano, ou quatro anos? Mas uma diferença sempre vinha à nossa memória... há alguns anos atrás, todas essas coisas aconteciam, mas poucos se importavam com elas. O pecado, a prostituição, a desobediência, o orgulho era considerado normal... ninguém vinha confessar, ou se arrepender dessas coisas. Quando confrontados, demoravam a reconhecer que haviam errado... Hoje são eles mesmos que não conseguem viver com essas coisas em suas vidas e vem correndo pedir ajuda, pq não querem ficar caídos.
Assim, quando os jovens começaram a chegar meu coração só clamava: "Senhor, preparamos tudo! Ordenamos a lenha, amontoamos as pedras... colocamos nossas vidas... agora o fogo é com vc!"
Cada um que recebia seu crachá era alguém conhecido, um rosto com uma história, um passado, um presente e ah, sim! um futuro!!! É tão diferente ter um encontro de pessoas conhecidas, pessoas que estão caminhando juntas há algum tempo e que têm aliança umas com as outras!
Ousamos bastante nesse encontro, com louvor diferente do que temos costume, com músicas diferentes, com palavras em outro nível e com os dias bem cheios das 5h as 21h.
E o resultado... valeu a pena! Sabemos que os frutos nem sempre são manifestos na hora, mas nosso coração terminou satisfeito. Um pouco tristes pois sabíamos que se fôssemos mais a organizar, teria sido melhor, poderíamos ter tido melhores resultados, mas dentro de nossas limitações, sabemos que foi o melhor!
Mesmo em áreas onde não consideramos nosso forte, como fazer a corrida de obstáculos que os jovens passavam todas as manhãs em três grupos, Deus nos deu uma graça sobrenatural mesmo e foi muito, muito bom. Muitos jovens nos falavam como cada obstáculo (que tinha algum significado sobre nossa vida espiritual) fazia-os pensar e o que Deus tinha falado com eles sobre esse ou aquele assunto por causa dessa ou daquela atividade.
Alguns que carregavam certa rebeldia ou orgulho, sozinho conseguiram reconhecer esses problemas em suas vidas e durante as reuniões pediam a Deus que os mudassem e declaravam seu desejo de serem diferentes.
O tempo de adoração foi bom, mas ainda muito limitado, pela dificuldade que nosso grupo de louvor ainda tem de conhecer e saber tocar/cantar músicas diferentes. Mesmo assim creio que foi a primeira vez que vi vários deles em um nível bem diferente dirigindo adoração. Um sonho nasceu em meu coração durante uma das reuniões. Compartilharei esse sonho no devido tempo, mas creio que Deus o realizará.
Os assuntos das Palavras foram variados, mas vou escrever um resumo:
Abertura - Susana - falei sobre a visão do exército que preparará a volta de Jesus, sobre nossa geração (uma das músicas que cantamos muito foi Geração de Samuel) e o chamado para santidade.
1o. dia
manhã - Susana - falei sobre o Sangue e a Cruz (o perdão e a morte para o velho eu), como no livro A vida normal cristã. Eles tiveram várias perguntas e senti que foi um bom tempo.
tarde - Patrícia, Lino e Vina - falaram sobre o propósito de Deus para o casamento, o melhor caminho, a família.
noite - Simona - falou sobre obediência por amor e determinação. Um jovem falou depois o quanto ele sentiu que obedecia a Deus por medo do inferno e não por amor e como Deus o mudou naquela noite.
2o. dia
manhã - Ellie - falou sobre o derramar do Espírito nesses últimos dias, sobre como fluir na unção coletiva, sobre ter unidade em oração e sobre os campos que já estão brancos para a colheita, mas o que devemos é orar por ceifeiros. O problema não é dos campos, duros ou não maduros. Jesus falou que eles estão prontos. O que falta são os trabalhadores. Quando foi a última vez que vc orou para que Deus envie trabalhadores. Foi o que Jesus nos mandou fazer! Foi bem forte e oramos por isso no final. Ellie veio do Zimbabwe só para estar conosco e falar nesse dia. Foi bem especial. A primeira vez que ela compartilha num encontro de jovens e ela estava bem tocada e animada em compartilhar para eles. Ela disse que nunca esperava ver o dia em que roupas de camuflagem seriam penduradas como enfeite, mas que essa geração tem o privilégio de ser uma geração de paz.
tarde - Simo e eu - falamos sobre a vida de solteiro, como podemos usar esse tempo e como vivê-la de forma pura.
noite - Simo - falou sobre missões, o chamado do mundo, os países fechados, a perseguição. Foi muito bom tb!
3o. dia
manhã - Patri - falou sobre a sabedoria de Deus x o que o mundo pensa.
e Mariano - falou sobre sermos feitos do pó, como isso parece ruim, mas como o pó é o único ambiente onde a semente é capaz de crescer.
tarde - Agostinho - falou sobre visão e propósito. Foi muito bom, vários jovens compartilharam o que sentiam que Deus os chamavam para fazer e oramos por isso.
noite - Mariano - falou sobre "quando vcs entrarem na terra, não façam como os povos que vivem ali fazem" - vivendo diferente da cultura dos nossos dias. Foi bem direto, até quase ser um pouco "escrachado" demais para nosso gosto, mas vimos que vários jovens que não entenderiam de outra maneira realmente compreenderam.
Na última manhã, eles correram pela última vez e fizeram tudo certo. Das outras vezes eles falhavam em vários lugares, mas mesmo assim foi bom para aprenderem várias lições.
Por fim, fizemos a premiação da equipe vencedora e encerramos orando por ele.
Era para terminarmos as 9h para que eles pudessem participar do culto nas igrejas, mas começamos a orar por cada um deles e foi muito bom... demoramos até umas 10h30, mas realmente valeu a pena.
Se não tivéssemos esse tempo o encontro não estaria completo. Foi o tempo de selar tudo o que aconteceu nos outros dias, pois no restante do tempo, vários foram tocados, suas mentes mudadas, mas não houve muita coisa mais emocional. Durante essa última manhã, enquanto orávamos e profetizávamos sobre cada um, Deus nos deu várias palavras e muitos que há muito tempo não eram tocados ou estavam passando por tempos difíceis foram realmente tocados por Deus. Creio que foi mesmo um selo sobre o que Deus fez nos dias anteriores. Completou e encerramos muito felizes.
Tb tivemos um tempo para vários testemunharem o que Deus fez na vida deles naqueles dias e ficamos bem encorajadas com a profundidade dos testemunhos, que revelou a profundidade também do que Deus fez.
Simo e eu mal tivemos tempo de engolir tudo o que tinha acontecido e saímos as 11h30 para levar Bene e Simo (filhos do pr. Armando) e Abedenego para Mocuba, onde pr. Armando e Lurdes nos encontraram para recebê-los para o restante do caminho. As crianças tinham vindo de férias com a Simo e Abedenego é um dos jovens de Inhaminga que foi morar com pastor Armando para estudar lá e precisava estar em Nampula na segunda para um teste de admissão. Demos carona para outros que estavam indo para o norte e tivemos boas conversas com eles e depois entre nós duas no caminho de volta. Chegamos em Inhaminga às 10h30, mais uma vez, exaustas e felizes!
Agora estamos nos preparando para o próximo encontro que começa na quinta, para os jovens das igrejas AWY no mato. Cassale, Vina, Santo e Mariano vão estar compartilhando, além de Simo, Patri e eu. O tema é A Vida Cristã Normal e esperamos lançar fundamentos fortes na vida deles.
Obrigada por orarem conosco.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
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