quarta-feira, 14 de março de 2007

O Povo!

Já estamos em Nacala há quase duas semanas! UAU! O tempo passou rápido e tanta coisa aconteceu! A primeira semana foi principalmente para nos instalarmos em nossa nova casa, comprar o que precisávamos para nossa cozinha e descobrirmos um pouco de como é a vida aqui.

Uma coisa me incomodava e, mesmo sabendo que tudo tem seu tempo – queria ver o POVO! A escola fica há uns 15 minutos a pé de Muzuane, a vila onde a população vive. Estamos à beira da praia, cercados por plantações e outros projetos turísticos ou de desenvolvimento. Eu via os trabalhadores, podia ouvir um pouco de Makua (o dialeto local) por eles, mas não me bastava, queria ver o povo, sentia falta disso!

Enfim, no Domingo isso foi possível! Eu e Nicky, nossa diretora aqui, andamos até Muzuane. Que delícia! Quero tentar descrever para que vocês possam ter uma idéia.

Uma trilha de areia cercada de milharais em diferentes estágios de crescimento. Um sol de rachar, uma brisa constante vinda do mar, a umidade que nos fazia soar constantemente. Na vila, muitas casas perto uma das outros. Muitas mulheres, todas com roupas coloridas, muitas com lenço na cabeça e um grande sorriso no rosto. Crianças por todo lado, que ao nos ver batem palmas, cantam, riem, gritam, seguem-nos – tudo por um sorriso, um minuto de atenção. Alguns homens, com o "cofió" (chapeuzinho estilo árabe) que os identifica como muçulmanos. O dialeto soa como "Salama!"; "Alerrandolilarri!"; "Nroromelo!"; "Orracalala!" – palavras diversas que aprendi. O clima é descontraído, pacato, amigável, pacífico. As pessoas vivem "quietas e desprecavidas" como o povo de Laís (Juízes 18.7), um bom terreno para clamarmos por herança diante do Senhor. Várias mulheres já são cristãs, graças ao testemunho da Nicky e de outros irmãos que já passaram por aqui e meu desejo é desenvolver relacionamento com algumas delas e assim ajudá-las a crescer em sua fé. Uma delas, Zita, tem três filhos e foi deixada pelo marido há cerca de um ano. É uma moça muito esperta e apesar da grande responsabilidade de criar os filhos sozinha demonstra muita descontração e alegria. Ela é uma das poucas que fala um bom português e já combinamos que assim que possível começará a me dar aulas de Makua. Essa é a língua falada em grande parte do norte de Moçambique e é meu desejo aprendê-la o mais rápido possível. Sei o poder que há em falar a língua do coração do povo e da apreciação que têm quando um estrangeiro se preocupa em falar como eles. Será também uma boa oportunidade de desenvolver amizades e "ter uma desculpa" para visitar o povo sempre!

Senhor, aumenta, fortalece, prepara tua noiva em Nacala, em Nampula, em Moçambique, em toda África! E usa-me, segundo tua perfeita vontade!

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